sábado, 28 de janeiro de 2012

Sobre o Oasis

O OASIS DE SIWA


Assim como as areias do tempo correm soltas ao gosto do vento, as histórias sobre aquele lugar ainda alimentam as noites dos viajantes das cidades do deserto. Ainda trago em meu corpo as marcas das dúvidas que me fizeram viajar para lá em busca de um tesouro tão grande como meu peso em ouro.
Uma vez escutei de um sábio homem cansado de viver sob o julgo do soro goreano. Ele dizia que jamais imaginou que viveria para ver tal horrores. Me lembro como se fosse hoje. Entrei na estalagem em Kasra, procurando por um pouco de vinho que pudesse abrandar a seca de minha garganta, quando percebi alguns homens reunidos em torno de uma mesa. Geralmente eles se reunem em torno de uma bela me'shan que dance para eles mas naquela mesa, as atenções era de um homem coberto em um capuz. Me aproximei para escutar as histórias que encheriam meu peito do desejo de aventuras.
 Da boca do homem vociferavam as histórias de um lugar não desenhado nos mapas. Um Oasis. Mas não como todos os outros dominados por Aretais, Kavars ou outras tribos. Um oasis que permanecia grande parte de seu tempo desabitado. Ele falava que no fundo de suas águas haviam cavidades que ocultavam pedras. Sentei-me próximo a alguns homens para ouvir melhor a respeito e acreditem... haviam rostos ali entre eles que você rezaria aos PKs para nunca mais cruzar novamente. Mercenários, homens cuja vida dependiam da caça a fugitivos e tesouros. Mas eu permaneci. Ouvi sobre todos os encantos, sobre as sombras, as datas que em nenhum lugar do Tahari seriam mais doces que ali. As palmeiras.
O homem descreveu o lugar como um dos mais lindos de todo o deserto... e mais sangrento. Avisou para que ficassem longe. Que seres estranhos surgiam disfarçados nos lençois da noite. COm olhos incandecentes e vermelhos que pareciam arrancar sua carne dos ossos. Que devoravam tao brutalmente que os sleens fugiam ao sentir o cheiro putrefe que eles traziam. Que naquelas terras, o inimigo vem de onde não se pode ver.
 Nenhum dos homens ali deu atenção para as partes ruins, eu acredito... a informação do peso em pedras, era muito mais importante do que qualquer coisa. E antes que mais uma rodada de vinho fosse paga ao homem eu me esgueirei. Precisava procurar pela rota que levasse ao tal Oasis, e levei comigo um guia. Soube depois pelo meu guia, que mercenários partiram para lá muito antes de mim. Que aquele homem encapuzado estava ha semanas repetindo a mesma historia. Como se sua mente tivesse apenas aquilo registrado. Meu guia avisava que mercenarios tomavam as estradas, Outlaws cercavam caravanas nas rotas comerciais que cruzavam as dunas.
Mas fomos... e atravez das mãos que se passavam cruzamos o deserto até que finalmente encontramos a rota correta que nos levava a Siwa. Não era dificil decifrar. Do Oasis era possível avistar uma caverna distante. Meu guia avisava que para ali não seguiria. Que apenas passaria a primeira noite no Oasis por não haver outro jeito.  Eu não entendia porque um lugar tão bonito e com tanta água causava tanto medo. Que tolo eu fui.
 Veio com a noite. Com o cair da estrela do céu. Logo o vento trazia mais que apenas o frescor da noite, mas grunidos e odores. Não houve tempo, pelos PKs não houve. Eu mal vi meu guia ser arrastado os gritos pelas areias, e trago nos meus ouvidos os gritos dele até agora. O desespero e o ruido de seus ossos quebrando... da carne rasgando, o cheiro do sangue que tomava a noite. Eu levantei-me. Não sabia para onde correr e a lua parecia não querer ajudar e se divertir com meu desespero. Gritei por ele. Apenas o engasgar foi escutado e o silêncio.
 Eu orei. Pedi aos PKs que me protegessem do que estava rondando aquele lugar. Haviam sombras por todos os lados.  E me cercavam. Foi quando eu decidi correr. Pelos espíritos do deserto eu tentei. Eu tentei. Corri com todas as minha forças com a scmitarra em mãos. ofegava como um kaiila nervoso. Mas a dor. A dor que eu senti quando aquelas coisas atravessaram a minha perna e me derrubaram. Eu nunca senti nada igual. eu tentava me segurar nas areias, mas era arrastado de volta para o Oasis. De volta para aquelas coisas que me puxavam, rasgavam minha carne, minha perna até arranca-la como se fosse feita de papiro.
Eu nao sabia contra o que lutar. Apenas aqueles olhos vermelhos que pareciam se divertir com o meu desespero. Que rasgavam meu peito meu rosto. Depois.. com se cansados de se divertir com meu desespero me largaram para morrer no deserto.  Não no Oasis. mas na rota..
 Eu acho que me deixaram vivo com o unico proposito
Que eu, Tharuman de Kazra, seja a testemunha viva, de que ninguem deve voltar ao Oasis de Siwa.

Um comentário:

  1. São as saudades de RPs de qualidade como este que me fazem querer voltar... Parabéns!!!

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